quarta-feira, 7 de abril de 2010

Noite qualquer

Após um cansativo dia de serviço

Somente um uísque salvará minha noite.

Apoiado em minha janela, vejo a cidade, como é grande.

Tantas pessoas, tanta solidão.

O sol vai descendo lá adiante no Guaíba

Poucas nuvens, céu laranja rosado

Em meu apartamento, apenas eu e Robusto, meu cachorro

As caixas ainda permanecem no chão

Dois meses já se foram e nenhum telefonema.

Meus cabelos estão por cima da orelha

Minhas unhas aparentam ser garras de um velho leão

Minha cara assemelha-se a de um freqüentador de botecos baratos

Faz muito calor neste início de noite, ótimo para se tomar um cerveja em boa companhia.

Companhia?Eu nem tenho cerveja em casa.

O telefone toca, atendo com desdém:

- Alô.

- Oi, Mauricio?

- Sim, quem é?

- É a Solange, sua vizinha aqui de cima.

- Ah, oi Solange.

- Vi você agora na sua janela e parece estar sozinho, então pensei que talvez quisesse aparecer aqui no meu apê pra tomar uma cerveja. Topa?

- Obrigado, mas não estou disposto hoje, tchau.